A equipa de Marketing da FAMEL constituida por Fernanda Ribeiro e Paulo Ribeiro venceram o Prémio Navegantes XXI com a campanha de marketing que desenvolveram para a mítica marca nacional que está agora instalada no Avepark.
Em conversa com o Jornal Reflexo Digital falaram desta conquista e dos seus projetos. Uma reportagem que transcrevemos na integra.
Ainda em processo de formação nas lides do marketing, Paulo Ribeiro e Fernanda Ribeiro contam já no currículo com um marco assinalável. Venceram, com o trabalho desenvolvido na FAMEL – icónica mota das décadas de 80 e de 90 a renascer numa versão elétrica –, o Prémio Navegantes XXI no setor automóvel. No leque de vencedores, estão marcas como o Continente , a App SNS24 ou a Sport TV, o que ajuda a compreender a importância destes prémios atribuídos pela Associação das Empresas e Profissionais da Economia Digital (ACEPI).
“Foi um grande desafio, mas que sem dúvida trouxe muito sumo”, começa por dizer Paulo Ribeiro ao Reflexo. O taipense está a trabalhar neste momento em Lisboa, mostrando-se “orgulhoso” com o prémio arrecadado ao abrigo do estágio realizado na FAMEL. Licenciou-se em marketing pela Universidade do Minho, tal como Fernanda Ribeiro, de Ronfe. A dupla constituiu o departamento de marketing da marca de motas. “A FAMEL tinha uma página muito simples. Existia em presença online, mas residual”, atira Paulo; Fernanda complementa: “Era apenas uma espécie de catálogo”.
Foi precisamente com a criação do website que conseguiram arrecadar o prémio, explica Fernanda Ribeiro. “Este prémio distingue as empresas que investem na inovação e na economia no digital. No nosso caso, foi o website da FAMEL, que desenvolvemos em conjunto”. Paulo Ribeiro acrescenta que “foi operacionalizado por uma empresa externa (Incentea), mas sempre com inputs e estratégias nossas”. “O bom ambiente e liberdade de expressão permitiu implementar muitas ideias”, acredita o taipense.
“Um desafio destes fez-nos evoluir”
Em traços gerais a dupla vimaranense apresenta a base do trabalho desenvolvido, que se destaca pelos contornos do projeto, uma marca enraizada na sociedade há três décadas, que tenta ressurgir. “Foi um grande desafio, como já disse. É uma marca que toda a gente conhece, há uma ligação à marca, mas foi difícil a parte da vertente elétrica”, explica Paulo Ribeiro, lembrando que o trabalho foi desenvolvido com poucos meios comparativamente com outras marcas que também acabaram por ser premiadas.
“Estamos a falar de uma start-up, a começar, no seu primeiro ano. É possível fazer marketing sem budget [orçamento], mas não é fácil. É uma grande dificuldade criar uma estratégia, do zero, com um budget baixo. Isso fez-nos evoluir, ter esta dificuldade e este desafio logo numa das primeiras experiências”, esclarece. A tirar o mestrado em Gestão e Negócio, Paulo reforça a ideia de que, “a nível estratégico e do ponto de vista de jornada do consumidor digital, o processo foi idealizado pela dupla.”
Fernanda, lembra-se de uma luta que travou relativamente a um dos botões do site. “Insisti para que o botão fosse verde, mesmo toda a gente dizendo que ficava horrível. Mas, ao desenvolver a estratégia para o site, estudei um pouco psicologia e aquele botão tinha de ser verde, para transmitir segurança. Conseguimos comprovar que isso realmente influenciava o consumidor”, recorda.
“Surpreendente” e “importante” vencer o prémio
Para além do trabalho que nestas áreas é muitas vezes invisível, ou até só se faz notar a posteriori, cedo Paulo e Fernanda Ribeiro perceberam que a estratégia tinha pernas para andar e os números iam ajudando a perceber isso. “Lançámos o website e a nova imagem na altura da Expomoto e os números rebentaram. Todas as métricas que tínhamos definidas foram cumpridas antes dos prazos propostos”, expõe Paulo.
Resultados obtidos num contexto difícil, como já explicaram, “numa empresa a começar”. Foi, por isso, com um misto de “surpresa” e “orgulho” que encaram este prémio que, admitem, não estavam à espera. “Para nós, que estamos agora a começar a carreira, é muito importante, porque é difícil comprovar o nosso valor ao sair da universidade. Este prémio, de alguma forma, acaba por refletir as nossas competências”, diz Paulo Ribeiro. “Foi surpreendente vencermos. Estamos a falar de um prémio com várias marcas de renome, como a Wells, a Caixa Geral de Depósitos, a Sport TV, com grandes budgets, e nós com muito menos conseguimos lá chegar”, pontua Fernanda Ribeiro.
Tanto Paulo como Fernanda prosseguem a formação. Paulo Ribeiro, de 26 anos, encontra-se a trabalhar na SIBS – Forward Payment Solutions, SA, em Lisboa, estando ao mesmo tempo a concluir o Mestrado em Gestão e Negócios na Universidade do Minho. Fernanda Ribeiro, 23 anos, após a licenciatura especializou-se em Marketing Digital e está a tirar, também, Mestrado em Marketing Digital, sendo que na sua tese pretende debater a humanização necessária no marketing digital. “É muito visto em números, fácil de quantificar. Falta dar humanização ao marketing digital. A minha tese de mestrado andará à volta disso: como conseguiremos humanizar o marketing digital, tirando-lhe esta conotação de vendas mais forçadas”, conclui. Uma tese que, no que ao tema diz respeito, tem alguns pontos de contacto com a de Paulo, que aborda a antropomorfização de uma marca e eventual impacto na relação consumidor-marca, isto é “dar traços humanos a uma marca com os quais o consumidor se reveja e permitir, assim, aumentar e melhorar a relação entre consumidor-marca que permita uma relação mais duradoura”, remata.
In: Reflexo Digital